Nos últimos três anos houve uma mudança significativa nos fluxos de pessoas no ambiente urbano. Na ausência de medicamentos e vacinas eficazes no início da pandemia do COVID-19, governos de vários países em todo o mundo implementaram bloqueios para conter disseminação da doença (Bolaño-Ortiz et al., 2020; Tosepu et al., 2020), fazendo com que as atividades econômicas e sociais fossem interrompidas por um dado período (lockdown) globalmente (Ashraf, 2020; Muhammad et al., 2020). No Brasil, em 16 de março, o governador do estado declarou emergência de saúde pública na cidade do Rio de Janeiro e medidas de bloqueio parcial entraram em vigor uma semana depois (Dantas et al., 2020). Durante a primeira semana de quarentena, no Rio de Janeiro, o transporte público teve uma redução de aproximadamente 50% e os veículos particulares foram significativamente reduzidos (Cyberlab, 2020). Com a vacina já disponível para a população, em abril de 2021, foi autorizada a reabertura de bares, restaurantes, serviços e comércio não essenciais e no dia 08 de março o uso de máscaras deixou de ser obrigatório na cidade

Como resultado do distanciamento social, era esperado que a demanda por viagens pudesse cair permanentemente devido a uma maior quantidade de trabalho realizado a partir das residências, aumento do número de compras online e ao temor do “novo” contato social que passaria a existir quando as regras de distanciamento social não estiverem mais em vigor (de Vos, 2020). Nota-se, por exemplo, que mesmo com o retorno à normalidade, houve um aumento significativo na adoção do home office se comparado ao período anterior da pandemia. Segundo a FGV (2023), em 2022, 32,7% das empresas afirmam ter adotado o home office, de forma parcial ou total, no setor das indústrias esse número ficou em 49%. Outro impacto observado devido à pandemia foi a crise econômica. Segundo o IBGE (2021), o PIB brasileiro retraiu em 4,1% e o índice de desempregou chegou a 14,6% entre julho e setembro de 2020. Apesar do país já ter diminuído seu índice de desemprego (7,9% no final de 2022), o país se mantém desde agosto de 2022 com uma taxa de juros alta, o que influência diretamente no consumo.

Portanto, tendo encerrado esse ciclo de grandes bloqueios, com o país voltando a normalidade e tendo em vista a grande importância de um efetivo serviço de transporte público, é muito importante entender as principais mudanças ocorridas no padrão de deslocamento para compreender novamente o ambiente urbano e pensar nas medidas adotadas visando um planejamento de transportes mais eficiente. Nesse sentido o presente projeto tem como objetivo estudar o impacto da pandemia Covid-19 no padrão de deslocamento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

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